OS DEVANEIOS DE JESUS E O PRAGMATISMO DE CARVALHAL
Na antecãmara das partidas das equipas portuguesas para os 16avos de final da Liga Europa importa centrar atenções nas diferenças entre Jesus e Carvalhal, treinadores de Benfica e Braga respetivamente. Ambos apresentam diferentes filosofias e estilos de comunicação que se repercutem no momento desportivo de cada uma das formações.
O Benfica tem hoje uma prova de fogo para mostrar que a causa dos seus desaires desportivos é, afinal de contas, a pandemia de COVID-19. Ao mostrar isso, insulfará também, por consequência, o ego já enorme de Jorge Jesus, para quem o fracasso nas competições internas (e externas) é culpa de uma pandemia que ninguém controla. Quem assistiu à conferência de imprensa de Jorge Jesus de antevisão do jogo de hoje frente ao Arsenal fica com a sensação que a sua megolomania está a atingir patamares aflitivos, diria mesmo patológicos. Foi um discurso pautado por uma narrativa megalómana sobre si próprio, ao mesmo tempo que negava a realidade e o chão que pisa. O que se pede de um treinador com o valor de Jorge Jesus é que tenha um discurso motivacional para dentro da equipa, que seja prudente diante dos microfones, e que não entre num devaneio desculpabilizador de tudo e de todos que desmotiva qualquer jogador.
O Braga tem, também hoje, um jogo difícil diante da Roma para a Liga Europa. A passagem dos arsenalistas aos oitavos-de-final só será possível se estes superarem os dois golos sofridos na Pedreira, num jogo em que a equipa romana comandada por Paulo Fonseca entrará em campo certamente para mostrar o por quê de ainda estar nos lugares cimeiros do Calcio. A derrota em Braga não ofusca a excelente equipa do Braga e a consistência exibicional dos comandados de Carlos Carvalhal e pode muito bem existir hoje a tal “estrelinha” que se verificou, por vezes, nalguns jogos internos. Que é difícil é, mas não é impossível. Contrariamente ao seu homólogo benfiquista, Carvalhal tem um discurso prudente, terra-a-terra, não inventa e é pragmático no seu trabalho. Esta situação reflete-se numa equipa comprometida com as ideias do treinador, sendo uma das razões das diferentes prestações de Braga e Benfica esta temporada.
Em suma, Benfica e Braga são as únicas equipas na Liga Europa e a sua passagem à próxima fase garantirá a afirmação do futebol português nas principais lides do futebol mundial. Por isso, com cautela e prudência, tudo correrá pelo melhor. Mas para que isso aconteça, Jesus tem que descer à terra e perceber o que está em causa, principalmente para a nação benfiquista, com as suas afirmações mirabulantes e descabidas de sentido.
Uma bela e coerente análise. Mas Jesus eu isto, é autentico, mau a comunicar, mas agora parece ter voltado pior nesse sentido após do covid. Sinceramente penso que essa situação do covid mexeu com o homem mentalmente e psicologicamente. Agora sendo pragmáticos temos de dizer também que o Benfica tem mais possibilidades de passar a eliminatória do que o Braga. E também de que a forma mais fácil de criar união de grupo é identificar um inimigo comum, neste caso Jesus faz isso ao apontar a mira á famosa "pandomia" mas sobretudo as críticas ao clube por parte da comunicação social e pelos próprios "benfiquistas" criando claramente fissão na massa adepta, aclamando aos verdadeiros benfiquistas contra os benfiquistas das buzinas. Isso de certa…