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Foto do escritorMiguel Correia

Dragão sai de saco cheio em noite de travessura



Moncho López não teve grandes dúvidas quantos aos americanos que não iriam a jogo. Max Landis (ainda lesionado) juntou-se a Purifoy que será, provavelmente, o estrangeiro menos capacitados do lote de jogadores que estão nos Dragões. Como tal o 5 inicial viu começar o encontro: Brad Tinsley, Vlad Voytso, Rashard Odomes, Jon Arledge e Miguel Queiroz, alinhamento que destaca a experiência em clássicos bem como dois reforços que se têm destacado. O treinador espanhol acabou mesmo por deixar no banco, numa fase inicial, Kloof, que não tem estado a 100% e que nem jogou na exigente deslocação à Póvoa.

Já o Benfica começou com Aaron Broussard, James Farr, José Barbosa, Ben Romdhane e Betinho, tendo Norberto Alves juntado 4 reforços à experiência e qualidade de Betinho Gomes.





O FC Porto chegava a este clássico com apenas 1 dia de descanso, depois da vitória no sábado e se inicialmente parecia que as águias entravam melhor sob a batuta de Ben Romdhane, o tunisino não tardou a mostrar que seria sol de pouca dura, rapidamente a equipa da casa pegou no jogo pela linha de 3 e entre triplos divididos por Vlad, Tinsley (12pts, 4rst, 9ast) e Arledge e as ajudas a funcionar defensivamente, o Porto foi cavando uma superioridade no marcador.




Nos encarnados havia mais a destacar pela negativa do que pela positiva, Broussard não conseguiu corresponder ao que lhe era pedido e prontamente foi substituído por José Silva (13pts - 3/5 3pt), o americano ( ex-Oradea) acabaria o encontro com apenas 2 pontos e 2 assistências, tendo jogado 17:46m. No primeiro quarto iam sendo as penetrações de Romdhane que mantinham o Benfica a discutir o encontro, frente a um Porto que continuava inspirado nos triplos (acabou o primeiro tempo com 50% - 5/10 face aos 20% - 1/5 do Benfica)



O segundo quarto veria a equipa visitante crescer no encontro, os comandados de Norberto Alves iam criando melhores soluções no campo ofensivo ao passo que os dragões só iam intimidando por Arledge. Nesta fase do jogo, e após um triplo de Arnette (5pts, 4rst, 4ast) e um cesto de Gameiro (5pts), o Benfica conseguia voltar a liderar o encontro - que já não acontecia desde o início do clássico, mas mais difícil

do que chegar ao topo é manter-se lá, e as águias não conseguiram mostrar as garras, tendo tocado no sabor da vitória, pela última vez, nesse instante. É que a partir daí o cansaço que poderia haver, pela equipa portista, jogar apenas dois dias depois do último encontro, foi camuflado pelo apoio dos adeptos e por uma noite muito desinspirada das tropas benfiquistas, que sem um bom jogo interior de Romdhane (9pts, 3rst, 2ast) - que procuraram incessantemente - foram descambando.



Antes do final da primeira parte do jogo ainda haveria tempo para Miguel Queiroz (21pts, 11rst, 3ast) ir somando estatísticas para construir uma das melhores exibições do português com o dragão ao peito. O 2º quarto acabou com 13 pontos de vantagem a favorecer os visitados que procuravam agora afastar os fantasmas de um mau recomeço - que lhes ia dando sabor a travessura no reduto poveiro.


E a segunda parte não podia ter sido mais doce, Moncho apenas trocou Vlad (6pts - 2/3 3pt) por Soares (em relação ao 5 que iniciou o encontro) e Norberto escolheu Farr em vez do desinspirado Broussard.

As duas faltas de Romdhane em apenas dois minutos foram o espelho de uma desorientação benfiquista que não conseguiu travar o ímpeto portista que ia vendo Arledge (18pts, 4rst, 9ast) voar e Queiroz a ir cimentando o lugar de lenda no conjunto dos dragões. O treinador das águias ainda pensou numa defesa à zona que prontamente abandonou, quem também abandonou (desta vez o encontro) foi Farr (9pts, 6rst), que após uma técnica - à qual se somava uma anti-desportiva na primeira parte - não teve remédio senão ir tomar banho mais cedo. O jogo baixou bastante o ritmo desde que as duas equipas atingiram as 4 faltas, os jogadores passaram muito tempo na linha de lance livre, onde nem aí, iam saindo os lançamentos ao Benfica.


Os encarnados ainda ameaçaram com uma reviravolta, tendo baixado para 9 pontos de diferença no início do derradeiro quarto, mas Odomes (11pts, 6rst, 2ast) repetia o filme para evidenciar que o Benfica não tinha mãos a medir com o bom jogo portista. Até final Ben Romdhane ainda foi excluído, mas o resultado (e a volumosa expressão do mesmo) jamais se alteraram.





Super Queiroz O poste dos dragões não é cara desconhecida para ninguém, tanto é que há largos anos ostenta o título de capitão, um nome respeitado que hoje se transcendeu e mostrou o porquê de continuar a merecer a confiança da massa adepta, e sobretudo, de Moncho López. O algarvio coroou a exibição com um duplo-duplo.


Americanos para dar e vender

Quem tem 7 americanos pode-se dar a este luxo, o Porto deixou de fora um dos melhores jogadores (Landis) e nem começou com outro dos melhores (Kloof), mas mesmo assim a equipa portista teve no restante lote de estrangeiros (Arledge e Odomes à cabeça) dois craques que ajudaram a resolver a partida.


Já não há invictos? Ainda esperamos a resposta oficial da Federação à falta de comparência no Ovarense x Porto (na classificação os portistas ainda não têm derrotas), mas ao que tudo indica já não há invencíveis. No campo o Porto já derrotou dois candidatos e o Benfica perdeu hoje pela primeira vez, num futuro próximo ainda há um dérbi lisboeta para saber quem é o elo mais fraco das 3 equipas com passaporte europeu.


As fotos são da autoria da Federação Portuguesa de Basquetebol e do Futebol Clube do Porto


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