Sporting reencaminha para a negra
O jogo previa-se intenso e cedo se confirmou esse prognóstico, o Sporting levou a melhor mesmo sem o treinador no banco durante grande parte do encontro e com Travante excluído. O encontro terminou da melhor maneira para os fãs de basquetebol que terão oportunidade para ver mais um grande clássico que decidirá o campeonato.
RESULTADO FINAL: FC Porto [2] 76-80 [2] Sporting CP
Moncho voltou a apostar no 5 que lhe tem dado maiores alegrias, composto exclusivamente pelos atletas americanos que foram a jogo nos dragões (Riley, Tinsley, Nevels, Gordon e Anderson). Já Luís Magalhães fez alinhar Travante, Ventura, Elisor, Micah Downs e Fields.
O primeiro quarto iniciou-se com uma toada de parada e resposta com ambas as equipas a exibirem um bom arsenal ofensivo, sendo que nos dragões eram Tinsley e Anderson quem iam fazendo a diferença.
Cruzada a metade do tempo inicial, o jogo começou a pender para o lado portista, que ia jogando bem os bloqueios com Eric Anderson que permitiram um parcial de 12-0. O poste americano ia sendo a figura do encontro do lado azul e branco, quer pontuando, quer abrindo espaço para as penetrações de Tinsley ou Nevels. Nesta fase do encontro os leões chegaram a estar a perder por 8 pontos mas uma resposta capaz antes do término do 1º quarto encurtou a distância para somente 2 pontos.
O segundo quarto começou de feição para os visitantes que prontamente empataram o encontro na conversão de dois lances livres por Micah Downs, mas com apenas 2 minutos deste período, Luís Magalhães não se conteve a reclamar, mesmo já tendo visto uma técnica, e levou a segunda reprimenda resultando numa exclusão. O Sporting reagiu bem à contrariedade e aproveitou uma fase em que o jogo estava mais intenso para ir construindo a vantagem. O Porto estava desorientado e Moncho ganhava dores de cabeça com os seus dois jogadores interiores (Anderson e Queiroz) a chegarem cedo às 3 faltas.
Não só o jogo interior não era suficiente como os dragões iam tendo dificuldade com os lançamentos exteriores, muito graças a uma defesa muito sólida, estando em principal destaque neste capítulo o bicampeão, pela Oliveirense, Ellisor.
As equipas vinham do intervalo com sensações muito distintas, o Sporting, mesmo sem o treinador no banco, ia fazendo de tudo para não perder o título, já o Porto, sob o olhar atento de Pinto da Costa, tinha de arregaçar (e bem) as mangas para conseguir voltar a ser campeão no próprio pavilhão.
A segunda parte iniciou como terminou a primeira, Sporting por cima, ainda que com um ritmo mais baixo e os azuis e brancos a ficarem ainda mais condicionados pelas faltas, Anderson e Queiroz não tardaram muito em fazer a 4ª e o Porto ficou sem alternativas no jogo interior. A verdade é que os jogadores exteriores sentiam falta da ajuda que o poste americano dava nos bloqueios provocando lançamentos com muita oposição que raramente entravam. Apenas Tinsley (13pts) passava dos 8 pontos na turma de Moncho e Gordon+Nevels+Riley combinavam um total de apenas 15 pontos, sendo que o último tinha um registo de 1/10 de triplo.
Os jogadores pareciam preparados para fazer as malas para Lisboa, mas um inicio atabalhoado do derradeiro quarto para os Leões (5 faltas em 2 minutos) voltou a relançar o encontro. Os jogadores do Porto voltaram a fazer das suas e impulsionados por um grande Riley (18pts, 2rst e 2ast) e uma defesa eximia de João Soares (6pts e 7rst) a Travante deixaram os dragões a um ponto do título. Se tudo ia ficando complicado para os leões, ainda mais ficou com a exclusão de Travante (19pts, 7rst e 3ast) que via o Sporting ficar órfão do seu melhor jogador a escassos minutos do jogo (quiçá da época).
No momento em que os leões pediam que alguém mostrasse as garras, eis que Catarino (5pts) e Shakir Smith (8pts, 3rst e 3ast) puxaram dos galões e com triplos sucessivos deixaram o Sporting a caminho da vitória, confirmada pouco depois na linha de lance livre, por intermédio de dois lances-livres convertidos pelo português.
INTENSIDADE
Um técnico excluído, várias técnicas, dois jogadores com 5 faltas e outros tantos com 4. Poderia ser um resumo de um jogo marcado pela intensidade de duas equipas que nunca quiseram perder. Apesar de tudo, e como fomos habituados neste desporto, a questão nunca descambou para a violência e tirando uns “bate-bocas” saudáveis, nunca houve falta de respeito.
PORTUGUESES INFLUENTES
Não só o triplo de Catarino na fase final (como já nos tem habituado), mas a competência de Ventura e a defesa exímia de João Soares mostram a clara importância que os jogadores nacionais têm no desempate dos encontros.
VENHA O QUE VIER
Sabor agridoce, por saber que na quarta-feira vamos ter um grande duelo mas que ao mesmo tempo vai acabar a época. A verdade é que nós, adeptos de basquetebol, só podemos ficar contentes em saber que esta grande temporada vai ser discutida até ao último minuto do último jogo, seria melhor com adeptos presentes, mas aguardaremos por esse dia com muita ânsia.
Vemo-nos na quarta-feira!
Comments