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Foto do escritorSimão Mata

Breves notas sobre os três grandes do futebol nacional

Os três grandes do futebol português continuam a preparar com afinco a próxima época desportiva. Essa preparação está limitada pelas possibilidades financeiras de cada emblema nestes tempos pandémicos. Quanto à equipa de Jorge Jesus, a aposta na formação parece ser uma miragem para a próxima época e o seu horizonte é promissor, nomeadamente pela excelente campanha da equipa de formação de júniores na UEFA Youth League nesta temporada. Talvez com menos “vedetas” e uma maior aposta na sua excelente formação, o Benfica conseguisse criar um plantel mais sustentável e vindouro. Basta para isso que olhe atentamente para os desempenhos dos seus júniores pois talento é coisa que ali não falta. Dito isto, a “novela Cavani” é, isso mesmo, uma autêntica novela. Novela cujo enredo são números, números e números, milhões, milhões e milhões. Pouco se fala do jogador em si mesmo, das suas qualidades futebolísticas, do seu temperamento em campo. Pouco se fala da pessoa do jogador, o que importa são os tais cifrões. Pretendo estar do outro lado do futebol, do lado do jogo, no interior da minha “cabine desportiva”. Destaco a excelente peça jornalística do jornal A Bola no passado dia 17 de agosto assinada pelo jornalista António Simões que mostra um lado de superação de Cavani fora dos relvados: “A casa onde vivia era à sombra de um morro, sem ruas asfaltadas – e não tardou andar metido em aventuras pelo monte em busca de ninhos. Os pássaros que apanhava, levava-os para casa, criava-os com desvelo. Pelado continuavam a chamar-lhe quando Walter o encantou ao falar-lhe de Batistuta. Para ficar parecido com Batistuta, avisou a mãe: «Não vou cortar mais o cabelo.»” (Jorna A Bola , edição 17 de agosto de 2020, p. 31). A paixão de um jogador que idolatra um ídolo, como se fosse seu guru ou mestre: Gabriel Batistuta, que também me encantou a mim durante a após o Mundial de 1994. Que não restem dúvidas: Cavani foi e é um excelente jogador. Mas o que fará daqui em diante será apenas e só a consequência do seu trajeto descendente como jogador. O Batistuta que ousava ser está a esmoronar-se. Trata-se, por isso, de uma contratação sem qualquer racionalidade ao nível da gestão desportiva, apesar da sua contratação poder acrescentar mais-valia à nossa Liga. Sobretudo, as tais mais-valias dos milhões, milhões e milhões… O Sporting, apesar de ainda não ter formalizado a venda de qualquer ativo neste defeso, contratou alguns jogadores de forma cirúrgica. Estamos, por isso, anos-luz daquilo que foram as contratações algo naives no mercado de inverno da época passada, os Jesés, Bolasies e Fernandos desta vida… Mas há uma contratação que ainda não entendi qual poderá ser a ligação com este Sporting 2020-21 e não é o facto de ser apelidado como jogador “sensação” da equipa “sensação” do campeonato passado, o Famalicão, que isso me tira o ponto de interrogação da cebeça: Pedro Gonçalves. Este médio de claras pretensões ofensivas chega a um Sporting que atua num 3x4x3 onde o espaço tático para um médio “entrelinhas”, desiquilibrador e que joga nas costas do avançado – qual número 10 – é manifestamente reduzido. Aliás, o criativo Erik Erikson do Inter de Milão está a sofrer do mesmo problema: “cai” fora do sistema de jogo que António Conte incutiu na equipa italiana, simplesmente porque as suas características de jogo não são compatíveis com o sistema tático da equipa (curiosamente o mesmo do Sporting). Como entender a contratação de Pedro Gonçalves para a equipa de Ruben Amorim? O FC do Porto é aquele que, dos três grandes, menos e melhor se tem reforçado. A aposta na formação é uma realidade, Vítor Ferreira e Fávio Silva são apenas os exemplos mais evidentes de uma geração que venceu a UEFA Youth League na temporada transata. Quanto a contratações elas são pautadas pelo zelo e contenção na abordagem ao mercado. Carraça chega a custo zero para assegurar uma competitividade acérrima com Manafá ou Corona do lado direito da defesa, sendo que este último tem sempre as malas prontas enquanto durar o mercado. Cláudio Ramos chega também ao Dragão mas para assegurar o último posto da hierarquia de guarda-redes o que, do meu ponto de vista, pode “cortar as pernas” a um dos nossos grandes guarda-redes. Espero que Sérgio Conceição “descubra” neles as capacidades que se vislumbraram por demais no Tondela, que acredite nele e que o lance para um lugar mais cimeiro na hierarquia de “goleiros”. Este puto tem mérito e merece.

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