Rio Ave: A desilusão da temporada
No início da época tudo fazia crer que a equipa de Vila do Conde navegaria por mares tranquilos. Desde cedo com a participação da Liga Europa, caindo aos pés do Milan, apenas nas grandes penalidades. Mas, a partir daí tudo se esmoronou e mantendo grande base do plantel, registaram-se saídas importantes como: Nuno Santos, Taremi, Al Musrati e Matheus Reis (suspenso). Mas, comparando com anos anteriores as saídas não foram tantas. Contudo, não se arranjou um substituto para Taremi, contentando-se com um jogador imposto pelo FC Porto que leva números de golos irrisórios e nem sempre jogava a ponta nos clubes (André Pereira). Substituto de Nuno Santos também não foi encontrado, tendo-se adaptado Mané na ala esquerda, onde rende menos. Coentrão veio sem ritmo competitivo no último dia do mercado de inverno e lesionou-se no jogo de estreia. Durante alguns meses só havia Pedro Amaral
para jogar nessa posição. O substituto de Al Musrati foi bem encontrado, com Pelé.
Mário Silva não conseguiu implementar as suas ideias também muito devido às constantes baixas por lesão que assolavam o plantel. Mas que não justifica tudo.
Um futebol que criava poucas ocasiões de golo e com dificuldade no jogo apoiado. Jogo apoiado que era comum em José Gomes, Miguel Cardoso e Carlos Carvalhal. Foi somando vários empates quando a solidez defensiva era forte, mas quando se desmoronou nem golos marcados, mas muitos sofridos.
Na minha opinião, não conseguiu ganhar a confiança no balneário, e no futebol é cada vez mais importante ter o controlo emocional dos atletas do que simplesmente focar-se nos aspetos técnico-táticos. O treinador interino, Pedro Cunha, durou apenas 1 mês, conseguindo como melhor resultado o empate em Alvalade e num jogo até bem conseguido.
Chegaria há 1 uma semana Miguel Cardoso, um homem que está na história do Rio Ave, devido à brilhante época de 17-18, e que obrigatoriamente terá mais o respeito dos jogadores pela sua história no clube. Era o nome óbvio nesta altura do mercado, até porque não haveria muito para escolher. Ivo Vieira, há uma semana ainda tinha clube ou Vasco Seabra já se tinha comprometido com o Moreirense há umas semanas. Talvez consiga aumentar a confiança nos jogadores que era muito baixa.
Passando ao mercado de inverno, o clube apenas atacou na parte final. Fez-me lembrar o Sporting no verão de 2019. No último dia de mercado chegou o ponta-de-lança Júnior Brandão. Os números não auguram muita expectativa dos adeptos. Emprestado pelo Ludogorets no último dia do mercado e para só ter conseguido arranjar clube tão perto do fecho da janela de transferências pode dizer alguma coisa relativamente à sua qualidade. É uma incógnita. Entrou também Sávio, lateral-esquerdo, vice-campeão da Série B brasileira e semifinalista da Copa do Brasil. Dará mais uma alternativa à lateral-esquerda, até porque o estado físico de Coentrão é sempre uma incógnita e Pedro Amaral demonstra alguma irregularidade no seu jogo. Chegou Rafael Camacho que irá dar uma maior irreverência ao ataque. Foi claramente detetado que faltava extremos, o tal substituto de Nuno Santos não colmatado e para substituição de Lucas Piazon, que jogava nomeadamente na ala direita. Os vilacondenses contrataram ainda Guga a meio de janeiro. Considero um médio centro, claramente tem nível para jogar no Rio Ave e na maioria dos clubes portugueses. Contudo, não considero um substituto de Diego Lopes como foi vendido por alguns jornais. Talvez o plantel precisasse de um médio-ofensivo, de apoio ao ponta-de-lança, existindo apenas Francisco Geraldes. Alguns dias antes do fecho do mercado, foi adquirido o ala Anderson Cruz. Jogava na Bolívia e com passagem pela segunda divisão espanhola. Conhecido pela sua velocidade, por quem o acompanha, mas com algumas deficiências técnicas.
Terminando, o Rio Ave habituou-nos a lutar por lugares europeus e neste momento encontra-se a 1 ponto da linha de água e com muita desconfiança por parte dos adeptos.
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